30 de janeiro de 2011

Finzim de domingo... Presente

Ainda não sei o título e a autoria... Mas acabo de receber de uma pessoa especial esse presente...
Obrigado silencioso e reflexivo!
Espero ser digno e retribuir com o mesmo carinho!



O mais formoso poema é o que não foi escrito
Flores de sonho cujo aroma as almas sentem
Vozes dos vales que as montanhas nem pressentem
Sorrisos de fantasma e clarões do infinito

De estrofes está cheio o espaço intraduzível
Exílio misterioso ou jardim encantado
Aonde jamais entrou da arte humano o pecado
Mas que poderás ver num dia inesquecível

Nesse dia em que o amor, nossas vidas unir
No silencio de uma hora entre todas divina
Sobre a minha alma a tua alma apaixonada inclina
E os versos que eu não disse, em êxtase hás de ouvir

29 de janeiro de 2011

Não são pássaros, nem anjos! (Resposta atrasada à Victor Hugo)

Certa vez, disse Victor Hugo:
Sede como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas.” 


Eu, atrasado respondi gritando para trás: 
- Sede como os humanos, que pousam na terra seus sonhos...
Porque não são pássaros, nem anjos!
Assim, não tendo asas, erguem as casas como castelos...
...Ou tendas, como ciganos...
Porque não são ervas, nem aves,
Nem tem auréolas!



Don Durito




Venho cá nesta fonte
Com as mãos formadas em conchas
Buscar um recheio de água
Que preencha de espuma
E de confiança que falta

Venho cá nesta fonte
sugar néctar que necessito
(Inspiração ou afeto)
engarrafar a ferida
alimentar a fornalha
Portinari retirante e clandestino
agachado em meu leito, pede água

Venho cá nesta fonte...
Tão humilde quanto escravo
Descrevo os olhos que tenho
Escaravelhos são sábios

Venho cá nesta fonte
Co’ a alma arqueada em cunha
Arrancar com as unhas
ou garras
Molécula d’água agarrada
eletricamente ao átomo

Do jorro que sobra
Encho a jarra vazia
Dou de beber ao cachorro

Deixo que o vento me invada
Enxadas na propriedade privada
de vida...

Venho cá nesta fonte
para matar a sede
Dar de comer ao homem

E nada mais...

Fagocitose





Isso que faço é estilo
Não que eu finja
Desfilo com a fantasia
Sinto-me assim, mais bonito

Essa roupa me diverte
Uniforme de turista
Futurista no detalhe
Entalhe na pérola gasta

Esse traje que retrato
Meu trajeto predileto
Majestoso em seu gesto
Engenheiro e seu projeto

Franjas
Lantejoulas
Azulejos no reboco
Espetáculo

Meu cajado vem à festa
O projétil luminoso que carrego
A frase, a fumaça, o verbo

Nada é farsa...
Mas às vezes esconde o vazio
do peito
e o desespero

Assim, pelo menos espero
Que a pele um dia,
mesmo que pela força...
absorva esses disfarces...

28 de janeiro de 2011

Barbies não são bem-vindas

As bêbadas
com cuidado, deito-as no catre
Lhes tiro os sapatos...
as ébrias em tristes retratos me elevam

As guerrilheiras eu amo
Inevitável!
quando vencem meus desafetos
Devoro o código Morse
Sugando o seio secreto

As velhas bruxas me alucinam
Bailo encantado nos ungüentos
Ergo estandartes em meu delírio
Sangro martírios no santo Sudário

Deixando marcas

Em meus diários, milhares de pistas

Já as bailarinas... eu as detesto
Barbies não são bem-vindas
Em meu castelo

Princesas são prisioneiras dos paraísos

Prefiro Eva
Pecadora
Profanada
Madalena
Perseguida
Peregrina
Erguida de minha Costela

As ciganas
As guitarras
O cigarro
O cemitério

Voem borboletas... Deixem os casulos!

Acasala o cavalo com a égua

Como sempre!
Está escrito!
São as regras!

As putas em pústulas
O peito murcho das velhas
E as assassinas em festa

As que toco aqui nesta terra
Com meus dedos
Que se enterram nos segredos
e mistérios

Em cabelos ancianos
Em seus pelos
Pubianos

Puros e breves
Distante demais dos santos

Me aproximando dos vermes

Encerrai a cavalgada!

Quixote! Encerrai a cavalgada!!
Invejai-me, aqui jaz Dulcinéia...
Serena em meus lençóis!

Platão! Libertai da caverna os homens adormecidos
Apaga a lanterna, tenho aqui a luz!
Reina ao meu lado a beleza!
Paz de Zeitgeist nos alvéolos

Zaratustra, interrompe tua jornada!
Já que o que chamas de super
Nutre-se da mesma terra que lavro

Freiras em orações calem os soluços sem endereço certo
Budas! Silenciem os guizos obtusos
He encuentrado El fuego de las busquedas áridas!

Jaze deitada em meu peito
Aquietada
A musa que amamento
Em meu leite se alimenta...

Na soma da paz que há no mundo, me multiplico!

Wall street! Encerrai o pregão por hoje!
A riqueza se concentra em meu jardim
Pisca os olhos, me sorri se graça
Wikileaks não tem lastro escrito
Que denuncie meus instintos
Te convido para o brinde e brincar de contar segredos
Facebook não tem quizz que me desminta
A velha internet como a ponte antiga da dinastia Ming
De bambu ainda, ou madeira
Inúteis tentativas de Hackers
Sugiro que descansem essa noite
Jamais crianças! Não vendam as ações majoritárias
As vantagens de viver no paraíso
Respiro profundo nessa noite fria
Estico meus braços... te sinto ao lado
Ao alcance do toque eterno
Completa
Inteira
O rosto que desmorona
Que importa Deus?

16 de janeiro de 2011

Os Namorados (Páris e Helena)




Sou um homem, que tem uma águia...
e como minh´alma, passeia no espaço
em busca de vento que lhe sustentem
o vôo, e o peso de ser tão leve...
Em busca de um braço, que derreta a neve...

Eu sou aquele que está cansado, e ainda avança...
Sou quem abriga o pastor do Cáucaso...
Gengis Kan é um antigo amigo,
Com ele entorno meu vinho na taberna
Absorvo seus conselhos

Eu desejo a mulher que me deseje livre
Que cavalgue o terreno acidentado de meu pasto
E adentre cada fresta da floresta
e beije as árvores na caverna.
Mas nunca com lanternas...
Apenas na luz da lua, ou das velas

Eu desejo a mulher que tem defeitos...
A mulher que traga muitas mulheres por dentro
Eu desejo a mulher com muitas vidas, e veias... varizes
A mulher que traga sementes nas artérias
E que nos semeemos...
Eu respiro pela mulher que chora...
A que entoa canções belas e lamentos...
E respeito sua historia...

Lanço versos em seu rastro
Deixo pistas...
Pétalas...
Lágrimas...
Armadilhas...
Porque sei que ela é selvagem...
E precisa de um braço para pousar
de seu vôo solitário de águia renovada

Escrevo livros para que leias...
Esse poema
Confuso... atrapalhado...

Sei que entendes os sinais...
Nao preciso ser perfeito
E agradeço

Espalho meu cheiro e
meu ouro em seu travesseiro

Mares atravesso...
Contorno continentes...
Oceanos...
Navego ainda cego pelo brilho
do farol que pulsa naquela ilha
longínqua

Me aproximo, ... tocando a flauta antiga
Ou o violino!

Vejo em seus olhos... ela esta ferida...
Um espinho
no Arco-Íris!

Da-me a pata, loba líder da matilha
Alimento seus filhotes
Minha carne em pedaços te conforta

Me devore feiticeira
Ai dentro estarei mais protegido,
Eu seu seio!

O Asteróide B612 vazio deseja de igual e intensa maneira
Aquela rosa abandonada e vaidosa...
O seu príncipe...
Abre-me os braços, a ilha desconhecida portuguesa...
É meu espelho...
Aqui deito minha bandeira,
Ergo o estandarte colorido...
Golpeio meu tambor dentro do peito
Galopeio!

Cavalguemos, cavalguemos...
Lado a lado... Codo a Codo
De mãos dadas, enlaçados...

O planeta povoado...

15 de janeiro de 2011

Psique e Eros (pela madrugada, um presente se contruindo)

A vida me presenteia... e sempre que abro as portas... chovem flores no jardim!

Eros e Psique (FERNANDO PESSOA)

...E assim vêdes, meu Irmão, que as verdades
que vos foram dadas no Grau de Neófito, e
aquelas que vos foram dadas no Grau de Adepto
Menor, são, ainda que opostas, a mesma verdade.

(Do Ritual Do Grau De Mestre Do Átrio
Na Ordem Templária De Portugal)

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

Fernando Pessoa

Publicado pela primeira vez in Presença, n.os 41-42, Coimbra, maio de 1934. Acerca da epígrafe que encabeça este poema diz o próprio autor a uma interrogação levantada pelo crítico A. Casais Monteiro, em carta a este último:

A citação, epígrafe ao meu poema "Eros e Psique", de um trecho (traduzido, pois o Ritual é em latim) do Ritual do Terceiro Grau da Ordem Templária de Portugal, indica simplesmente - o que é fato - que me foi permitido folhear os Rituais dos três primeiros graus dessa Ordem, extinta, ou em dormência desde cerca de 1888. Se não estivesse em dormência, eu não citaria o trecho do Ritual, pois se não devem citar (indicando a origem) trechos de Rituais que estão em trabalho [In VO/II.]

EROS E PSIQUÉ


PAIXÃO SECRETA (TAGORE)

Acordei com os primeiros pássaros,
já minha lâmpada morria.
Fui até à janela aberta e sentei-me,
com uma grinalda fresca
nos cabelos desatados...
Ele vinha pelo caminho
na névoa cor de rosa da manhã.
Trazia ao pescoço
uma cadeia de pérolas
e o sol batia-lhe na fronte.
Parou à minha porta
e disse-me ansioso:
— Onde está ela?
Tive vergonha de lhe dizer:

— Sou eu, belo caminhante,
sou eu.

Anoitecia
e ainda não tinham acendido as luzes.
Eu atava o cabelo, desconsolada.
Ele chegava no seu carro
todo vermelho, aceso pelo sol poente.
Trazia o fato cheio de poeira.
Fervia a espuma
na boca anelante dos seus cavalos...
Desceu à minha porta
e disse-me com voz cansada:
— Onde está ela?
Tive vergonha de lhe dizer:

— Sou eu, caminhante sem esperança,
sou eu.

Noite de Abril.
A lâmpada arde neste meu quarto
que a brisa do Sul
enche suavemente.
O papagaio palrador
dorme na sua gaiola.
O meu vestido é azul
como o pescoço dum pavão,
e o manto verde como a erva nova.
Sentada no chão, perto da janela,
olho a rua deserta ...
Passa a noite escura
e não me canso de cantar:
— Sou eu, fatigado caminhante,
sou eu.

(TAGORE)

6 de janeiro de 2011

Segundo Parto no Canadá: Bem vinda Luisa!

Ontem às 5:45 acordei com um barulho e uma mexida na barriga, tipo um "TUM"! Achei até que tinha dado um pum bem grande, mas tava com uma contraçãozinha e levantei pra ir ao banheiro... quando levantei começou a cair água no chão!!!
Acordei o Dave e comecei a me arrumar correndo, fiquei bem nervosa porque todo mundo me falou que o segundo filho nasce na metade do tempo do primeiro... Gabriel nasceu em 3 horas, mas 10 minutos depois que a bolsa estourou achei que ela ia nascer em casa!! Quando entramos no carro, respirei e falei: “- Ok, vou me acalmar, vai dar tudo certo, ela não vai nascer no carro!”
Fomos eu, Dave e Gabriel para o hospital, eu tinha contração a cada 5 minutos. Cheguei no hospital por volta das 6:30, me colocaram na sala de triagem para ser examinada. A enfermeira fez o toque e disse que eu estava com apenas 2 ou 3 cm de dilatação... pedi a peridural e ela disse que eu precisava dilatar mais... me virei de lado e relaxei todos os músculos do corpo para não sentir tanta dor. As contrações eram brutais e vinham a cada 3 minutos!!
A enfermeira tinha saído à apenas uns 15 minutos, talvez nem isso... eu senti a Luisa descendo e meus ossos abrindo, falei pro Dave chamar a enfermeira rápido que ela tava vindo! A enfermeira veio tranqüila, me examinou e falou: “ - Definitivamente mais de 3cm! Já tem 6 cm de dilatação!” Então ela resolveu correr!! Veio uma outra correndo me colocar no soro, eu pedi a anestesia de novo... falaram que iam me dar na outra sala... e eu sentindo a menina chegando! Elas estavam com pressa, mas eu falei: “ - Estou empurrando!!!” Elas me olharam e gritaram: “ - Não! Ainda não!! Respira!” Mas não era eu.... meu corpo ia sozinho.
Elas entraram numa correria desvairada, me tacaram na maca e me levaram correndo para a sala de parto... cheguei lá já fazendo força involuntária quando tinha contração, e elas desesperadas: “ – Não! Respira comigo, vai, longo, lento e profundo!”
Claro, a médica ainda nem tinha chegado, e eu pedindo a peridural. Elas disseram que pelo visto não ia dar tempo... a enfermeira fez o toque de novo e falou: “ - Chama a doutora rápido que ela já esta completamente dilatada!”
A médica chegou super calminha, um amor, eu ainda sem dar um grito, deitada de lado tentando não empurrar e relaxar. A médica disse que não daria tempo de tomar a peridural, eu já estava fazendo força e a bebê estava vindo... bom, nessa hora eu pensei - FUDEU!
Gente, eu me virei de frente e falei: “ - Ok, então vamos lá!! Se eu desmaiar não quero que tentem fórceps nem vacum, vamos direto pra cesariana!” Ela respondeu: “ – Ok!” Eu disse: “ - Quero tentar puxar sozinha e não quero que tirem a bebê de mim, coloca ela direto no meu colo, pele com pele!” Ela concordou: “ – Ok, se ela estiver bem eu não tirarei, só tiro se ela estiver com algum problema.” Respondi: “ - Ok, então vamos lá!”
Esperei vir a contração. Veio, fiz força, toda que eu pude! a sensação era a de um cocô gigante entalado, prestes a arrebentar todas as minhas pregas! Parei de forçar, morta de cansada, a médica falou, mais uma vez e mais uma: “ - Quero três forças a cada contração para a bebê descer.” Forcei mais duas e perdi as forças... eu sentia tudo! Horrível! Sentia a cabeça dela abrindo meus ossos de trás, achava que seriam os ossos da frente, mas não! são os de trás que se abrem!
Disse para a médica: “ - Acho que ela esta vindo errada, sinto que ela vem pelo meu bumbum, ou então preciso ir ao banheiro!” A medica respondeu: “ - É assim mesmo, a cabeça vem de trás e só no fim se curva para a vagina.”
Eu estava calma, conversando normal e ate olhava pro Dave e sorria pra ele não ficar muito nervoso, mas com muita dor!
Outra contração, forcei tudo que podia, quando parei deu um teto preto danado, pensei: “ - Eita, vou desmaiar!” A enfermeira me colocou no oxigênio mas nem deu pra ficar muito tempo, porque logo comecei a forçar de novo...
A médica falou que já conseguia ver o cabelinho dela quando eu forçava. Me empolguei com isso! Respirei fundo antes de forçar e fui com tudo! Na terceira vez senti que abriu de vez e senti a cabeça dela passando entre meus ossos, a medica falou: “ - Veio! já passou a cabeça. Força devagarzinho agora!” Ouvi e obedeci, forcei de leve e senti um tranco forte, a cabeça passou, agora força de novo pra passar o ombro. Forcei com tudo, senti direitinho os ombros dela passando. Eu não conseguia ver por causa da posição, mas sentia exatamente o que estava acontecendo!
Jesus, de repente saiu tudo! PLOFT! Caralho! doeu muito! a sensação era a de não ter mais nenhum órgão dentro de mim! que meu útero tinha saído junto, e a periquita ardia tanto que eu achei ter rasgado tudo! me deram a Luisa, toda sujinha com sebinho branco, eu fiquei olhando pra ela meio desconfiada, e uma sensação estranha, a gente fica ali olhando, gosta mas sei lá, não registra na hora...
Perguntei para a médica se tinha rasgado tudo, ela disse que não, e chamou o Dave pra cortar o cordão umbilical, ele cortou. A medica puxou o resto da placenta de dentro de mim, senti mais coisa saindo! Credo!
Coloquei a Luisa no peito e ela mamou na hora, ela não chorou, só fez uns barulhinhos... eu olhava em seus olhos e via que assim como eu, ela estava tentando se situar do que estava se passando. A enfermeira só jogou um paninho sobre a gente e colocou a toquinha dela, me explicando que eles perdem muito calor pela cabeça.
A medica falou: “- Ela esta bem, rosada e saudável, fica com ela o quanto quiser e eu a pego logo que você liberar, para medir e pesar, bem aqui nessa máquina ao lado.”
Gente! critiquei tanto a conduta deles aqui no Canadá, mas ao final, achei muito melhor que no Brasil! Tudo natural! Não sugaram o nariz dela, nem deram banho, nada disso, ela ficou ali comigo toda ensebadinha e a gente ficou se conhecendo. Dave do meu lado a acariciava também. Ela ficou quentinha rapidinho porque estávamos pele com pele.
Dave foi chamar Gabriel na sala de espera. Gabriel chegou e ficou muito emocionado com a irmãzinha, mas disse que só queria a pegar depois que ela tomasse banho.
Curti ela um monte, a médica sentadinha do meu lado esperando sem pressa.
Depois que a Luisa já estava calminha eu a entreguei para o Dave segurar um pouco. Ele a pegou super direitinho e ficou com o olhar mais terno que já vi na vida, depois ele a entregou pra médica.
A enfermeira veio me examinar para ver a quantidade de sangue que eu estava perdendo, Dave já não me via, estava vidrado na Luisa, que nem um cão de guarda. Enquanto isso, a médica a pesava e fazia todo o procedimento.
Dave nem se mexia, nem piscava! A cena muito bonita. Gabriel tirava fotos.
Entregaram-me ela de novo.
Alice, minha irmã, chegou pra assistir o parto! Hahahaha!
Bem, foi assim! Dormi no hospital porque eles nos examinam a cada 3 horas, por 24 horas... mas por não ter tido cortes nem anestesia, pariu acabou! Não tem mais sofrimento! Muito melhoooor!
Luisa nasceu dia 28 de dezembro, as 8:25 da manha, em apenas 2 horas e meia de parto, parto perfeito, sem lavagem, sem coco, sem cortes! Pesando 3.145 kg, com 50cm.
Linda, saudável, boazinha, fofa e tranquilinha!
Já estou em casa com ela, andando normalmente como se nada tivesse acontecido, nem sinto que acabei de ter filho, foi que nem cachorro mesmo! Ela é bem calminha, quase não chora, se eu colocar, ela fica no berçinho super na boa, mas nunca coloco! Ela me olha concentrada quando eu converso, e já nos segue com os olhinhos.
Estamos todos babando, Gabriel se sente meio paizinho, quer ajudar em tudo! Fica o tempo todo ao lado dela. Dave já aprendeu a trocar fralda, colocar para arrotar e tenta conversar com ela, mas fica a olhando mudo, contemplando e não sabe o que dizer. LINDOS!
Estamos em perfeita paz e harmonia, nunca fui tão feliz em toda minha vida!
Ela é linda de verdade! Não nasceu amassada, tem um nariz arrebitado e boca de coração, olhinhos levemente puxados e sobrancelhas pra cima, queixinho comprido com um furinho no meio... resumindo, é a cara do papai!
Beijos em todos, com carinho,
Juliana