1 de junho de 2010

Ao mundo que me engole,
Deixo a pele parecer macia, viro verme.
A língua que me amassa o verbo me persegue.

Un hueco largo y profundo me consome
Cai assim meu sonho delirante, embebido
Em álcool, vazando pela areia de meus dedos

Sou a gosma, amorfa e sem vontade
Aprendi pedir perdão pelos pecados
Nos porões me arrasto sem segredo
Digerindo o ferro das algemas, cadeados.

Apagaram a luz, esqueceram meus desejos
Aguardo a vontade do império, obedeço
Em meus olhos apenas a cegueira catarata
Em meu peito, a tristeza da gaiola, um afresco!

Um ar fresco!

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