17 de abril de 2015

O Choro de mi Madrecita

Eu, criança não entendia...
Quando no dia das mães...
Ou mesmo em qualquer dia,
Por qualquer cartão colorido,
Qualquer laço de fita de papel pardo enrolado,
Qualquer poema sem rima,
Jogral desafinado, cantiga já conhecida...
ou seja, enfim por qualquer motivo...
Emocionada seus olhos, miravam esses regalos
Passitos e aprendizados...

Seus olhos molhavam, sorriam, calavam...
Eu sei que no fundo, me aplaudiam
Naquele palco da vida, meu pequenino reinado...

Em minha alma de niño... confesso, não entendia
Confuso me perguntava... tanto choro, seria assim necessário??

Meu tempo chegou... e hoje, embalo meu filho,
E mesmo quando cochila, eu choro
As mesmas lágrimas, que vertem nos mesmos lagos...
Que vestem meus olhos em brilhos...
Que saltam aos mesmos motivos...


Por trás do choro desafinado...
Existe um homem cansado, saudoso, ferido, calado...
Que assim como lhe ensinaram... repete o ciclo da vida...
Educa, recita, calcula, medita...
Suspira profundo em respeito ao tempo...

Meu filho que cresce tão lindo...
Me ensina o choro que habita
Nos olhos de mi madrecita...


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