Pois bem, aqui estou com a clavícula engessada...
Dentro dessa caixa de madeira... Mas enfim, sou ainda o mesmo, enfaixado...
Quebrei os ossos numa bifurcação da estrada... e ainda sinto algumas pontadas por sobre as peles do corpo... algumas putas, desenhando um mosaico!
Estou no final de um dia de escravo...
E meu olhos já se apagam em areia morna... é a jornada de mais um sábado!
E meus sonhos já se apresentam alistados para o combate...
E minhas pernas se arrancam para o espelho...
Fiz um diário secreto, contendo todos os males... e uma seria me respondeu com seu eco, contando-me os detalhes... e me apaixonei pelos comentários...
Fiz um pacto... e assisto a um genocídio todos os dias, e mantenho-me calado!
E um grito se aprisiona por dentro... Um fantasma se ajeita com preguiça...
A tarde chega confusa e cumprimenta todos os gajos...
E minha espinha ereta se entorta como nos fados...
E minha irmã Constanza, se irrita com as muletas quebradas...
Mas continuamos o passeio no parque...
Por algum motivo, esculpiram um sorriso nas estátuas... E beijamos os mesmos lábios pontudos...
E saímos pelo mesmo lado...
Nossos navios queimados... Nossas novelas no rádio...
Nossos quintais coloridos, e os azulejos pintados...
Onde dormiam as meninas enclausuradas?
Onde mijavam as velhas não decifradas??
E as falanges, se envolveram? por acaso???
Se enovelaram???
Mas que fita, mas que falha... mas que falta de memória... realmente estou cansado...
Meu olhar de areia se espraia pelas telhas daquele castelo...
Meus calcanhares doídos, não esperam por outro mistério, é sempre o mesmo recado! E meu pincel de agulha se enfada com os mesmos resultados... te enfiam uma granada pelo rabo! Uma espingarda pela janela!
Caralho!
Bom, como disse, estou cansado... e vou me deitar com os ursos... e vou beber um bocado...
Como disse, estou esgotado... e vou andar pelos campos, com meu skate dourado... e vou acender meu cigarro, com um velho tição em brasa... e vou botinar um policial na esquina, vou lhe erguer com meu sabre...
E meu punhal nova-iorquino, vai lhe abrindo um rasgo!
Com meu garfo retorcido, vou perfurando seus lábios... A polícia é mesmo porreta, merece ser condenada... merece ser fuzilada...
Bom e vou saindo com o saldo positivo, porque estava mesmo cansado!
Lamparinas, luz de velas... São lanternas japonesas! Me parecem ser estrelas, com certeza são eternas!
28 de abril de 2009
27 de abril de 2009
Existem símbolos que nos seduzem
Ah camaradas... Vindo de minha última viagem, vim percorrendo, junto com a estrada, algumas curvas de meu pensamento...
E que títulos nos colocam, e que figuras nos seduzem...
Fui conversar um pouco com meu alterego... E tentar perceber quem eram, o que pensavam, quais seus desejos...
Penso que algumas figuras nos apaixonam, nos seduzem, nos hipnotizam, nos embalam...
O que seria então a figura de um cavalo branco ao luar... em meio a uma tempestade... correndo por entre os pastos... relinchando, e sua fêmea no cio... Sim, sáo simbolos que seduzem meu pensamento... E trazem o antigo cheiro de liberdade... o cheiro de musgo, o cheiro de pedra molhada... E trazem os ventos de coisas selvagens, que náo dominamos... que nos arrebatam...
E conversei ainda, com aquelas memórias mais limpas... que vem assaltando qualquer vestígio de razão... E deixei que meus pensamentos visitassem as cavernas mais profundas de mim mesmo... e fui percorrendo o caminho dos últimos tigres que ainda existem dentro de mim...
E ao conversar com esses tigres, percebi que muitos deles envelheceram desde a última vez que os segui... E vi que seus passos não são mais tão ligeiros...
Ah meus amigos, mas permanecem todos, todos livres... E me habitam...
E encontrei um homem de mãos envelhecidas, e olhar profundo... que me assobiava uma canción del tiempo del comandante Zapata...
Quantos homens existem dentro de mim... quantos me seduzem... quantos, realmente determinam meus passos??
E sigo, ainda sem saber as respostas, mas sempre, sem saber a resposta, seguiremos todos...
Escrevo mesmo, para que flua por dentro de mim, os últimos pensamentos de um homem cansado de tanta guerra...
Escrevo para que ferva dentro de mim, todas as águas, e que esterelize essas chagas tão profundas...
Escrevo para que fecunde dentro de mim, aqueles tigres antigos... e que as éguas ainda no cio, se reproduzam, nas noites brancas de liberdade...
Como seria o carinho dos braços da mãe mais plena... Como seria?
Como seria então o carinho das plumas mais bonitas... Deito-me naquele macio de relva... deito minhas armaduras... descanso por tudo que seja eterno... e respiro profundo e sério...
Miro o horizonte, e vejo que as tempestades ainda demoram a chegar, ao menos um século!
Dorme meu filho, dorme, que tua mãe te observa, cuida de teu sono, meu pequeno guerreiro tão distraído! Dorme querido... sossega!
E que títulos nos colocam, e que figuras nos seduzem...
Fui conversar um pouco com meu alterego... E tentar perceber quem eram, o que pensavam, quais seus desejos...
Penso que algumas figuras nos apaixonam, nos seduzem, nos hipnotizam, nos embalam...
O que seria então a figura de um cavalo branco ao luar... em meio a uma tempestade... correndo por entre os pastos... relinchando, e sua fêmea no cio... Sim, sáo simbolos que seduzem meu pensamento... E trazem o antigo cheiro de liberdade... o cheiro de musgo, o cheiro de pedra molhada... E trazem os ventos de coisas selvagens, que náo dominamos... que nos arrebatam...
E conversei ainda, com aquelas memórias mais limpas... que vem assaltando qualquer vestígio de razão... E deixei que meus pensamentos visitassem as cavernas mais profundas de mim mesmo... e fui percorrendo o caminho dos últimos tigres que ainda existem dentro de mim...
E ao conversar com esses tigres, percebi que muitos deles envelheceram desde a última vez que os segui... E vi que seus passos não são mais tão ligeiros...
Ah meus amigos, mas permanecem todos, todos livres... E me habitam...
E encontrei um homem de mãos envelhecidas, e olhar profundo... que me assobiava uma canción del tiempo del comandante Zapata...
Quantos homens existem dentro de mim... quantos me seduzem... quantos, realmente determinam meus passos??
E sigo, ainda sem saber as respostas, mas sempre, sem saber a resposta, seguiremos todos...
Escrevo mesmo, para que flua por dentro de mim, os últimos pensamentos de um homem cansado de tanta guerra...
Escrevo para que ferva dentro de mim, todas as águas, e que esterelize essas chagas tão profundas...
Escrevo para que fecunde dentro de mim, aqueles tigres antigos... e que as éguas ainda no cio, se reproduzam, nas noites brancas de liberdade...
Como seria o carinho dos braços da mãe mais plena... Como seria?
Como seria então o carinho das plumas mais bonitas... Deito-me naquele macio de relva... deito minhas armaduras... descanso por tudo que seja eterno... e respiro profundo e sério...
Miro o horizonte, e vejo que as tempestades ainda demoram a chegar, ao menos um século!
Dorme meu filho, dorme, que tua mãe te observa, cuida de teu sono, meu pequeno guerreiro tão distraído! Dorme querido... sossega!
25 de abril de 2009
Sem disfarces
Sem disfarces
O futuro, ... ancião visionário, nos espia
É um velho que nos mira pelas frestas
Nós, ninfetas, mal saída bêbadas das festas
Penso que me desnudava, quando ele, em verdade, me despia
Esse sábio senhor me embriaga
Escolhendo os pós entorpecentes dos temperos
Dopa-me com sua mística cabala, nas veredas
Saindo da primeira infância, me embala
O futuro, belíssimo senhor de elegantes trajes
Umedece meus pelos ainda mal crescidos
Suam minhas pernas ligeiras, suaves beijos
enrijecem-me dos seios, os mamilos
.
Ao homem maduro, sinto que me traga...
Suga-me como a longa aspirada em seu cigarro... fuma-me
Mordo os lábios...
Vibra, em mim, sonoríssimo badalo
Exploro, feiticeira, metralhada bomba...
Expludo por inteira, tenho as pernas bambas...
Finalmente em êxtase profundo, víbora... calo!
O futuro... herói de todas as batalhas...
Feroz, me devora parte a parte... rompe-me as carnes
Rouba-me a roupa... em transe exige a última mortalha...
Entrego, totalmente possuída, Finalmente o sangue...
Me espiona, não imagino de que plano me observa... mas observa...
Sinto que conserva o olhar fixo, como o cão que caça...
Sim, o futuro... esse paciente camarada que concede vida ao sonho...
Que permite construí-lo, sem que ainda exista...
Fecunda-me a razão cotidiana de possibilidades plenas de superação!
Anuncia as letras escarlates da história que escreveremos com o próprio sangue
(isso ele exige sem piedade)
O Futuro nos deseja, obcecado... assim como o desejamos, obscenas!
Nos aprecia com mãos delicadas, nos amassa, abraça, esparrama sua fertilidade...
Nutre-se de nossa chama, chama-nos pelo nome da tradição antiga,
convoca-nos à mais forte determinação... a realidade!
Assim.., mal nos saboreia, vai em busca de um outro amanhecer enluarado.
Finalmente parimo-lo... damos a luz àquele que nos seduz...
Erguemo-lo, construímo-lo!
Lapidamos mármores com a saliva e o trabalho...
A marca de nossas mãos em cada célula desta velho de barro.
E nós, jovens infantes, gratas ao peso da barriga... martelando a foice na bigorna!
Damos seqüência à belíssima obra humana...
Descansamos finalmente... nos braços apaixonados de nosso amado, o Presente!
Cuidamos com carinho, de mulheres e homens, os filhos ausentes... o Passado!
O futuro, ... ancião visionário, nos espia
É um velho que nos mira pelas frestas
Nós, ninfetas, mal saída bêbadas das festas
Penso que me desnudava, quando ele, em verdade, me despia
Esse sábio senhor me embriaga
Escolhendo os pós entorpecentes dos temperos
Dopa-me com sua mística cabala, nas veredas
Saindo da primeira infância, me embala
O futuro, belíssimo senhor de elegantes trajes
Umedece meus pelos ainda mal crescidos
Suam minhas pernas ligeiras, suaves beijos
enrijecem-me dos seios, os mamilos
.
Ao homem maduro, sinto que me traga...
Suga-me como a longa aspirada em seu cigarro... fuma-me
Mordo os lábios...
Vibra, em mim, sonoríssimo badalo
Exploro, feiticeira, metralhada bomba...
Expludo por inteira, tenho as pernas bambas...
Finalmente em êxtase profundo, víbora... calo!
O futuro... herói de todas as batalhas...
Feroz, me devora parte a parte... rompe-me as carnes
Rouba-me a roupa... em transe exige a última mortalha...
Entrego, totalmente possuída, Finalmente o sangue...
Me espiona, não imagino de que plano me observa... mas observa...
Sinto que conserva o olhar fixo, como o cão que caça...
Sim, o futuro... esse paciente camarada que concede vida ao sonho...
Que permite construí-lo, sem que ainda exista...
Fecunda-me a razão cotidiana de possibilidades plenas de superação!
Anuncia as letras escarlates da história que escreveremos com o próprio sangue
(isso ele exige sem piedade)
O Futuro nos deseja, obcecado... assim como o desejamos, obscenas!
Nos aprecia com mãos delicadas, nos amassa, abraça, esparrama sua fertilidade...
Nutre-se de nossa chama, chama-nos pelo nome da tradição antiga,
convoca-nos à mais forte determinação... a realidade!
Assim.., mal nos saboreia, vai em busca de um outro amanhecer enluarado.
Finalmente parimo-lo... damos a luz àquele que nos seduz...
Erguemo-lo, construímo-lo!
Lapidamos mármores com a saliva e o trabalho...
A marca de nossas mãos em cada célula desta velho de barro.
E nós, jovens infantes, gratas ao peso da barriga... martelando a foice na bigorna!
Damos seqüência à belíssima obra humana...
Descansamos finalmente... nos braços apaixonados de nosso amado, o Presente!
Cuidamos com carinho, de mulheres e homens, os filhos ausentes... o Passado!
Apresentção
Não tenho pretensões de que essa jornada termine em nada que me surpreenda demais...
Não tenho pretensões de que minhas palavras retornem ao cais...
Não tenho pressa, porem, já me vou... Adeus princesas da noite... Adeus...
Vou forjar mais um capítulo de minha história, e aos poucos descobrir mais um pedaço de mim...
Descobrir que não existem palavras vazias... e começar a sonhar em outras línguas...
Estar perdido não é ruim, pior é se alguém estiver te seguindo...
Una vida... Una vida a más, espalhada por esse país!
Não, não tenho pretensões de me distribuir aos pedaços, quero entregar por inteiro aquilo que não se partilha!
Não tenho pretensões de falar por códigos e nem de me apresentar por inteiro!
Me vou, assim, devagar, sabendo que o tempo é o tempo que tenho, e deliciar-me com as longas histórias dos textos não oficiais...
Qual o tempo que tenho para ler a história de uma vida...
Eq ue mapa tão gigantesco, seria capaz de colocar todos os detalhes na mesa??
Nada é reduzível...
Nada é resumivel, e todas as coisas são gigantescas... Nada me assusta...
Nada me assalta... Meu olhar se ajusta nessa longínqua estrada tão curta...
Nada me assombra, nem mesmo aquela antiga sombra dos antigos senhores de engenho!
Meus olhos não se enxaguam, e eu não faço rascunhos.
Meu punho não se curva perante o que cunho! E as palavras, como flechas, disparam num alvo, sem treino, sem trégua, um soldado, se forjando na batalha... Nem água, nem terra...
E mais um outro outubro me espera escondido entre as migalhas...
E mais um outubro nos aguarda!
E mais um outubro rubro esperando nas espingardas, nas cartucheiras, nas metralhas!
E me vou indo, devagarzinho, com as pedras escondidas em meu embornal surrado!
E me vou indo, de olhar baixo... escondendo dos guardas aquilo que lhes aguarda, que não lhes agrada!
Um litro de diesel, aluminio negro, um mapa!
E não tenho pretensões de uma marcha curta, ela será prolongada... Será uma longa marcha..
Meu caderno de poesias, renovado...
Já vou me indo, esse é o primeiro passo!
Não tenho pretensões de que minhas palavras retornem ao cais...
Não tenho pressa, porem, já me vou... Adeus princesas da noite... Adeus...
Vou forjar mais um capítulo de minha história, e aos poucos descobrir mais um pedaço de mim...
Descobrir que não existem palavras vazias... e começar a sonhar em outras línguas...
Estar perdido não é ruim, pior é se alguém estiver te seguindo...
Una vida... Una vida a más, espalhada por esse país!
Não, não tenho pretensões de me distribuir aos pedaços, quero entregar por inteiro aquilo que não se partilha!
Não tenho pretensões de falar por códigos e nem de me apresentar por inteiro!
Me vou, assim, devagar, sabendo que o tempo é o tempo que tenho, e deliciar-me com as longas histórias dos textos não oficiais...
Qual o tempo que tenho para ler a história de uma vida...
Eq ue mapa tão gigantesco, seria capaz de colocar todos os detalhes na mesa??
Nada é reduzível...
Nada é resumivel, e todas as coisas são gigantescas... Nada me assusta...
Nada me assalta... Meu olhar se ajusta nessa longínqua estrada tão curta...
Nada me assombra, nem mesmo aquela antiga sombra dos antigos senhores de engenho!
Meus olhos não se enxaguam, e eu não faço rascunhos.
Meu punho não se curva perante o que cunho! E as palavras, como flechas, disparam num alvo, sem treino, sem trégua, um soldado, se forjando na batalha... Nem água, nem terra...
E mais um outro outubro me espera escondido entre as migalhas...
E mais um outubro nos aguarda!
E mais um outubro rubro esperando nas espingardas, nas cartucheiras, nas metralhas!
E me vou indo, devagarzinho, com as pedras escondidas em meu embornal surrado!
E me vou indo, de olhar baixo... escondendo dos guardas aquilo que lhes aguarda, que não lhes agrada!
Um litro de diesel, aluminio negro, um mapa!
E não tenho pretensões de uma marcha curta, ela será prolongada... Será uma longa marcha..
Meu caderno de poesias, renovado...
Já vou me indo, esse é o primeiro passo!
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