18 de abril de 2010

Tudo que escrevi quando ainda estava em rascunho...

Tudo que eu escrevi quando ainda estava em rascunho, mas como não tenho ainda nenhum compromisso com o mundo das publicações acabadas, deixo apenas que as bombas explodam sem nenhum sentido!

E ninguém paga o preço de nada... então vou aguando essas flores murchas até que apareça um fruto maduro, retorcido, resistido aos incêndios de qualquer intempérie...
Vou deixando assim, qualquer tipo de rastro... Sem nenhum conforto, como os rabiscos que já não nascem dos teclados... mas são dedos urgentes, desesperados...
Deixo aqui mais uma passagem, um portal aberto para essa alma que ninguém percebe...
Qualquer indigente de espermas mortos!





Eu venho daquele antigo império,
em que os poetas traziam no peito a bomba que explodia orgasmo!
Sou amigo do mago Gepetto, assim como Merlin me ensinava...
Zaratustra me convidava para chás em sua caverna...
Tenho laços na família dos Centauros...
e as Ciganas apaixonadas, erguiam as saias em minha passagem...
Tenho a barba crescida dos velhos profetas...
Em meu ombro se espalham as lástimas de Iscariotes...

Tenho uma flor para cada guerreiro... cortesãs em veludo eu avassalei...
Aprendi o truque sinistro da eternidade... me embebi deste drink desinteressado...
Mas a fome é destino certo, para diverti-la vendo a força de meu trabalho...
A fadiga dos indigentes me é indigesta...

Hoje, para distrair o tempo, me aposentei num mosteiro...
E um velho circo aluga meus passes perfeitos...
As famílias se divertem com estatuetas que falam...
Sou eu que as controlo colocando-as no colo... como os ventríloquos!

As partículas do tempo são capturadas em meu puçá feiticeiro...
Minhas aurículas se divertem ao som da fogueira...

Entrego os pontos... desisto... já não esforço o poder dos músculos, e desfaleço!!!
Confesso que o tempo já não possibilita o meu sucesso...
E essas máscaras desconfortáveis já não disfarçam o meu fracasso...
Já não insisto... Anuncio sem zelo meu desespero...
Que em seu reflexo denomina-se de suicídio!
O fundo do poço me é agradável, é meu estábulo!

Venho da espécie dos derrotados...

Ergo a taça... derramo no átrio o sêmen desgasto!
Vou me arrastando pelos botecos...
Sou o medo das donzelas que se assustam e trancam as velhas vidraças...
Venho com o orvalho, ou com a noite que te embala....
O pesadelo que acalma as raízes podridas...
Sou o vestígio do sangue símio que lhe persegue...
A derrota que embota as vestes vencidas... e lhe surjo às trevas...
Que lhe sugere, que suja...

Vou me embolando aos ébrios do cemitério...
até que surja no horizonte uma estranha coruja...
Até que seja atendido o desejo...
do velho gênio que apodrece numa garrafa miúda!

E desfaleço, a memória imunda que me esquece!
Me embriago, por trazer por debaixo do manto esse macaco escondido...
Por ser perseguido pelo feromônio
Solto os gorilas... Deixo que estraçalhem as muralhas perfeitas...

Sou aquele mesmo que foi tragado pelo fracasso!
Deitei na neve, afoguei os navios fantasmas...
Metralhei as fadas já desgastadas que agora dormem num puteiro de estrada!
Os unicórnios, cansados, se desfalecem no estábulo, amamentando as gordas muchachas dos capitalistas...
Já os duendes, esses safados são individualistas como um porco capado!
Eu os detesto!

Fervo a água, desmembro a flor... esculpo o presépio!
Arrebento a corda que me prende a essa fornalha...
Não sou de ferro, e tinha uma pergunta que me assaltava sempre que a onda invadia a praia...
Até quando vou fugir desse naufrágio inevitável!?
Já não fujo... já não disfarço. Sou a bomba explodida, sou o fracasso...
Sou a esfinge desvendada... sou o mistério interrompido... a freira estuprada...
Venho da espécie dos humilhados, dos feiticeiros aposentados em circos gaiatos que vagam pelo interior...
Faço sim, uma flor crescer em su palma... ergo um pequeno jardim nos olhos dos desvalidos.... mas entre migalhas reina meu totem desprevenido!
E já me assaltam as últimas bestas do apocalipse...

Sou a réstia dos elementos, o fim do pensamento dos druidas...
Sou a peça desnecessária para o bom andamento dos negócios...
Sou o ócio em figura... sou a formosura desnecessária...
Por isso tropeço nas últimas letras...
Por isso não peço que me respeitem...
Sou o dicionário do analfabeto... o predileto dos dinossauros...
Minha mágica combina-se aos truques do velho Merlin... aposentado!

Não vu fugir de meu fracasso, ate quando a derrota será um fantasma...
Não me persegue mais... eu lhe abraço...
Venha a mim o reino dos derrotados...
Envelheço meus membros num velho boteco...
Peço cachaça, e envileço com manchas sebentas em meu encalço!
Já não me esforço, desisto do mundo como pelo avesso...
Atravesso a fronteira do tempo e me desfaço!
Trago as partículas do espaço, assim como dos elementos,
minha matéria é a mesma que te origina...
Não me abomina as raízes do vento!
Tenho a memória gasta de um porto cabello!
Tenho os joelhos tortos como garrincha!
Tenho labirintite!
Venho do reino dos minotauros... decapitado do céfalo profundo!
Venho trazendo os temperos adultos...
Não tenho amigos, estão aposentados num labirinto...
Nem familiares... estão pelos bares ou em absinto”!
Não tenho prestígio... apenas o vírus que me invade,,,
A gripe que me succiona





Cafajeste...

Arrumo com brio meu bigode retorcido, faço a barba e me visto de terno listrado...
Deito colônia em meu peito desnudo... e vou para a rua, caçar por donzelas enriquecidas...
Lanço o perfume de meu hormônio, tenho a pele lisa de tanto desejo...
Tomo um banho, e me masturbo, espalho o esperma na epiderme já ressequida...
Deixo o cheio da vida penetrar pelos poros... assim eu caminho pelas calçadas...
Olhares me perseguem, eu levito!
Minha navalha percorre os detalhes do decote de seu vestido...
Cheiro a orvalho... Solto o cavalo no pasto, que persegue a fêmea no cio!
Deixo limpo meu olhar sincero, desejo apenas o seu orgasmo!
A ele eu venero, sei bem o que quero...

Contemplo seu templo... Esvazio meus bolsos de oferendas...
Tiro a roupa sem peso, como dizia, levito... sou apenas sincero!
Vou caminhando a seu encontro, vou deslizando meus dedos...
Beijo o disfarce sem desconforto,
Mordo de leve seu metatarso, de leve...

Sou velho bárbaro, minha barba escondida ainda me entrega...
Sim, tenho tártaro... sou feito de barro ainda sem sopro divino!
Feto prematuro!

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