13 de dezembro de 2010

Estudando...

Veja as coisas como são em realidade, veja as coisas como são...
Se atente com os olhos calmos, tudo se revela...
As estações, e todas as primaveras...
Tem inverno e verão... Outro ano, nem outono se percebe!!
Nem tudo são espirais perfeitas, tem espaços vazios no castelo!



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Quem empurra a vontade é o estomago...
Quem fabrica os sonhos, é a máquina...
São as fadas, prisioneiras da mecânica!
Os desejos se acorrentam à verdade...

Quem decreta o sonho, é senhor da realidade...
Quem se deita com mistérios, por inteiro não se revela...
Quem ensina o pensamento é a matéria.
Quem muito tranqüilo se deita, tem a dispensa completa

Quem alimenta as fantasias, é o concreto do dia a dia
Quem domina seus impulsos é o instinto...
Meu menino, quanta bobagem te disseram no colégio!

Que vontade, que sonho, qual a fada te acompanha?
Que desejo, que mistério, pensamentos... que miséria
Meu menino, poesia é da morte, o sacrilégio!



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Estou triste meu amigo, estou triste e sei que passa!
Estou mesmo sem a graça do sorriso, sem a massa preparada!
Meu sentido já não sabe o que deseja,
Nem o que desaba
meu gracejo não dispara meia bala!
Estou sem jeito de palhaço, sem meu circo!
Sem amigo, vou dormindo nessa praça!
Não respiro, não espero...
Sem mistérios acabo o livro, encerro a peça
Estou mesmo desistindo meu cumpadre, estou atormentando os pombos!
Desanimado... nem é tédio, não é mágoa
Assim, como quem cruza os braços,
Ou assim como quem acusa a colombina...
Nem sou grande nem pequeno, e não caibo no quadrado!
A família se enquadra num retrato!
Estou triste meu amigo, e sei que é primavera...
E muitos se enamoram pelo pátio!
Meu castelo dissolvido no boteco!
Estou mesmo arrasado, fortalezas rebaixadas sem um tiro...
As bandeiras desbotadas, as fadas despedidas...
A ultima nota da musica invisível...
Insensível a epiderme se enruga
Tartaruga que se fecha ao ataque
Maquiagem que derrete... Eu desmaio!
Sou a sombra de alguém que baila, sou a jaula!
Estou mesmo em desconsolo, sem camisa pela neve!

Me entorpeço... me esqueço, essa é a minha vontade de derrota...
Quanta coisa se perde em absoluto!
Quanta coisa...


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Grande força de vontade demonstraste meu menino...
Que vergonha pra família, que falta de verdade!
Te ironizo com o desprezo dos mercados, te escravizo! sou o padre!
Não me importa o seu choro de covarde,
não me importa sua dor de perdedor, sua historia esta manchada!
Deves saber que vida é curta, e que sua passagem foi medíocre,
Nada que valha a pena, sua imagem é vazia, invisível à valores.
Tenho nojo impossível, não encontro mais palavras...




Preparo o ambiente, acendo as velas e os incensos,
Visto a roupa mais bela, meu traje mais elegante,
Arrumo a gravata e o chapéu, desço a mão em respeito,
Coloco a mesa, os talheres, o pano!

Meia luz para meias verdades, o vinho na temperatura do frio!
A multidão silencia no pátio,
Tudo transpira, eu acalmo o coração palpitado!
Respiro em busca de inspiração, medito!
Buda me dita uns versos, escuto outros provérbios!

Meus ombros trafegam na névoa, assim que eu me distraio!
Outro gole no gás amargo, outra grande idéia morrendo sem rastro!
Meu cigarro se apaga sem memória...
Desfaleço, cambaleio, não sou destro!
Me tropeço sem amigos, não me meço...
Quem merece toda a água de meu pranto?
Quem merece o meu lenço ensopado?
Quem merece minha chaga, minha mágoa, minha história!?
Quem merece minha ausência dolorida, minha dúvida abstrata, a vontade absurda!
Quem espera que eu seque suas lágrimas? Quem impede?
Quem me pede um abraço?

Quantos rostos cabem em meu álbum, quantas pernas caminharam em meus versos!

Quanta trégua conquistada sem a guerra, quanta chuva acumulada, quanta neve!

Tempestades, sem estrelas... não me espere!

O tempo anoitece em meus olhos, acendo a fogueira, cadentes os astros me atropelam!


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Quem bate à porta?
Quem?
Atendo com alguma ressalva, com algum pressentimento que hoje a felicidade vem me buscar! Quem?
Quem do outro lado me espia!? Pelo vidro cristalino alguém me espreita! Tiro a roup, desço o pano, cai a chave pela fenda!
Me desvenda!
Quem?
Quem atende o telefone, outra voz além da minha!
Minha tenda!
Vem descendo na garrafa de meus dias, vem trazendo desbotadas melancolias!
Eu abri a melancia quando à água me benzia!
Assim, sacerdote Malaquias vem à porta!


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