20 de fevereiro de 2011

O homem insone





Não tenho sono!
Levanto num salto,
sem pesadelo...
Não tenho cama!
(estaciono meu sábado)

Não tenho sono!
Me abençôo em pausa
Sem violino
Não trago cruzes
(estudo um poema)

Não tenho sono!
Só cicatrizes...
Untadas de azeite
Extra virgem
(estou me cuidando)

Não tenho sono!
Nem fome...
Devoro um planeta (ou uma planta)
Algo também me devora
(estômago em neve)

Não tenho sono!
Nem nome que me revele
Algo da memória
que me abandona
(estômato aberto)

Sem sono eu sigo no próximo ano
Ou próximo século!
Já faz tempo que não deito
Que nem me divirto direito...

Que não abro meu sorriso
Nem arrumo meu armário
Tempo já que não durmo...
Faz muito tempo que não sonho!
(estátua de mármore)

Insone e ensandecendo!

3 comentários:

  1. Teco querido, seu caminho de palavras e sentidos, enriquecem muito meu dia e minha alma que sempre buscou essa doçura e verdade de ver a vida, me encantam cada vez mais!...obrigada

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  2. Ah! Estômago em neve...R.Gondim

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  3. indicado pela clarissa, a gente vem conferir.
    legal descobrir teu espaço.
    abçs!

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