Ela vem... Bem suave vai pousando em minhas pernas!
Se esfrega, se entrega, sua nave estaciona em meu pátio.
Abro as portas... E Diana não precisa derruba-las!
Sinto o cheiro de seu passo que invade meu espaço.
Sinto o pelo de meus braços eriçarem, são as células!
Ela vem... Repousar sobre meu ombro as libélulas.
Cozinhar no forno velho, seus delírios coloridos.
Acender minhas lanternas já sem pilhas, em olvido.
Envolvida nas fumaças ela traz uma carcaça amarela.
Um polvilho.
Ela vem com a cachaça, o torresmo e o baralho.
Vejo as peles desse bicho arrancadas com cuchillos.
É a caça amansada no martelo, bem servida em minha mesa.
A surpresa suculenta em meu cardápio criativo.
Marinada e mergulhada em seus temperos, vão as ervas
Misturar-se ao sangue bruto, quase um coalho!
Eu degusto com a boca, com meu corpo, como tudo!
Lambo os beiços, bebo o suco, fumo e trago!
Os estragos do ciclone são suaves!
Vem o vento, nunca para...
Ela segue seu caminho, não impeço!
Num tropeço eu retorno pro meu lago.
Sou um cego centenário em bengalas.
Tempestades vão molhar outros terreiros.
Outros galos vão cantar outros enredos.
Acendo a vela... rezo o terço! Um rosário! Uma novena!
Entra a quaresma.
Ela volta. Um dia ela retorna pro meu colo...
Saltitando, abro as portas pra Diana... Minha Deusa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário