Lamparinas, luz de velas... São lanternas japonesas! Me parecem ser estrelas, com certeza são eternas!
3 de março de 2011
Reine em mim Realidade!
Reine em mim Realidade!
Domine-me Hercúlea!
Copule-me!
E quando me espreme,
Exalo um poema.
É apenas minh’alma
Que se exprime...
Num vácuo de voz aflita
Um leve suspiro escrito
Respiro-te realidade...
Persegue-me o perfume da prova
dos fatos
Oh Realidade!
Sei que me comprimes, me entortas,
Sei que me exiges!
Forja-me à força!
Meu suor se derrama...
Epiderme em chama
Oh realidade!
Se me espremes... com seu afeto
de meu creme recolhe um poema!
De seu crime, expilo meu feto...
Exprimo-me por seu decreto!
Oh realidade, da substancia que sou feito:
madeira, pedras, ervas, fogueiras...
A eterna matéria prima
que martelas
Se me atropelas... minha carne se entrega...
passeando na relva... a alma observa, indefesa se eleva
e me agride sem trégua a turbina de sua nave
Martela meu prego...
Oh! Realidade!
Rendo-me aos fatos, e sei que estou cego
e homem, com tempo, me torno
e com o passar dos séculos, retorno!
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