3 de março de 2011

Fetiche ao Imaginário


Quem disse Não, se engana!
Removo reinos para servir-te,
Deténs o dom de, ao tocar-me,
Traduzir o átomo divino que trago
Por dentro. Indomável, gigante!
Como tragédia!

Meus nervos explodes em arte
na túrgida vibração da música
Assim como a musa que serve
De estandarte à ordem da matéria

A obra que não se desgasta
nem se comporta...
Enverga a coluna do homem
Lhe dobra por lei rija que eleva
a carne ao tempo eterno.

Escraviza-me!
Enraíza em mim o idioma, em minha pele!
Seu código genético em alto-relevo, me revele

Desejo ardente de sempre servir-te!
Selvagem, te reverencio...
Rendo sacrifícios, meu sangue no cálice
É meu oficio, estala a chibata na omoplata!
Abre um sulco, sem aviso!

A descarga de elétrons doma com chicote
E ordena que eu trabalhe!

Atingi o estado que paralisa o tempo
Dopado no suor de meu corpo. Exausto!

Ah... e fractais de memória
São tácteis, embora xilogravadas em mármore
E ventanias, são devaneios... de Fausto!

Tempo, que importa? Desejo servir-te
Meu corpo sem córtex a desejar-te
Sonidos a parte, te divinizam

Mirror de rosto em horrores
Desfigurada imagem da arte
A bruta matéria agoniza
E o cerebelo se regozija

É droga que hipnotiza
Música que embala:
bigorna, estribo e martelo
que vibram

Tímpano, olfato
meu tato desmaterializa
os verbos todos em cinzas

Em êxtase expando a retina
A tinta de seus cabelos me tinge...

Me atinge em cheio... no meio da testa
Oh Realidade!
Seu cheiro... Um tiro

São sete os pontos que me orientam
Cardeais Chiapas...

Um lado,
o outro,
pra cima,
pra baixo,
De frente,
atrás e
por dentro

O certo é que nos encontraremos
pelas esquinas do universo
Onde materia e sonho se acasalam,
estrelas se reproduzem em berços!

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