7 de abril de 2011

Algum abandono previsível!



Tuaregs, beduínos, peregrinos
possuem apenas o que carregam.
Desejam as rotas libertas. Dezenas!
Defendem rebanhos e os destinos.

Ciganos não fazem guerras,
são clandestinos.
Não defendem territórios ou bandeiras!
Pelo contrário... São perseguidos.
Fronteiras são como muralhas
Que servem aos sedentários
ou ao império!

Os nômades, os forasteiros,
creio não haver entre eles
Castelos erguidos na areia,
Apenas passam, não ficam...

Artistas de circo gargalham
Dos homens que lavram a terra
Que para eles, são como palhaços!
 Marx diria: são proprietários
da força de trabalho que perdem
e padecem em seus ofícios!
Depositam trabalho sobre a matéria...

Todos que passam. Inclusive as gaivotas
que migram...
Todos que não erguem na terra
algum edifício!
Todos, eu sei, são mal vistos
Pelos que fincam raízes!

E bate o vento... e vem o inverno
Cigarras não forjam abrigos!
Eu vou com elas... Ninguém vai comigo!
Vantagem? Não sei... Eu sou leve
e sem refúgio...

Em meu sangue há muitas origens!
E vem a chuva molhando o poema...
É mais uma obra que abandono... Que pena!
Mas sigo sem pressa e despossuído,

Na tempestade que se aproxima!

Um comentário:

  1. Muito bom, Teco! Gostei demais do seu texto e do seu ritmo! É só seguir fazendo. Tá muito bom!
    Abração, Waldemar

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