15 de abril de 2011

Canção em Espiral



E esse braseiro no meu peito mãe!?
Como é que apago?
E essa fornalha em minha boca mãe!?
Como é que calo!?

Essa ferida de amores mãe, será que cura!?
Esse sendero no deserto, Como atravesso!?

E essa vida de cigano pai!?
Como te vejo!?
E a memória do passado pai!?
Como desejo!?

E o que faço dessa pedra, amor!?
Em meu sapato!?
Como é que domo a besta-fera, amor!?
Em meu encalço!?

E se eu cair antes do tempo mãe!?
Como renasço!?
Diz-me qual berço traz de novo
O seu abraço!?

- É só o tempo! Velho filho!
- E o esforço de seus dois braços e o trabalho.
A sua luta eu abençôo, e reconheço seu recomeço...

Salva de palmas!

Faz dessas dúvidas, poemas, filho!
Vai dar a volta pelo mundo, anda!
Que nessa vida não tem trilho, voa!
Manda um postal da Patagônia, homem!

Vai meu querido, eu li num livro
O seu futuro será brilhante!!
Vai pela sombra e com cuidado!
Vai meu amado, de agasalho...

Li num diário bem antigo...
Que tens amigos por toda parte!
Que prosa boa, amor, eu digo!...
Eu agradeço em meu silencio: Muito obrigado!!

Que já confio novamente em minha historia,
Que tem tragédias como todas! Esse é o mistério:
Fazer do medo, ou da queda, ou do cansaço,
Que seja assim dança mais leve, um novo passo!

Cabeça erguida, essa é a marcha! Sossegue!

Um comentário:

  1. Nossa Teco, muito lindo, adorei todas as palavras e sentidos!...
    Parabens poeta, bjão

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