27 de abril de 2011

A Menina na Caverna



Entrei naquela caverna, ali uma menina
Chorava escondida, desesperada dizia:
- Meu tempo vai acabando, estou fria!
Desejei poupar-lhe de sua notícia-sina!

Voraz devorava o mármore! Seus caninos
e a gengiva em sangue mastigavam o vício.
Meu coração ouvia e badalava em sinos...
Búfalos em marcha sobre a derme de silício.

Deitei ali ao lado, uma cantiga fez a voz
Balançar em minhas cordas, que sem nós
Serviu como carinho, embalada ela dormiu!

Tenho pouco, quase nada! Mãos vazias, trago
Assim uma palavra, uma frase ou um fuzil
Meu abraço é abrigo a um amigo! Um afago!

Ou um tiro...
Meu refúgio é como exílio de naufrágios!
Ou um lírio!

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