Vejo o velho por do Sol, e sei, que você também vê
Isso me remete ao óbvio, elementar, nada confuso
Me aproximo esperando esquentar o corpo cansado
Nada de mal..., te uso em meu benefício
Te deixo um pouco de afagos... uma permuta
Venho do antigo Sistema Feudal
Da era remota dos visigodos
Dos Impérios que ruíram aos pés dos homens
Venho do Himalaia... Carregando meus ascendentes...
Hoje o dia é ameno... Nenhum som magnífico...
Nenhum poema que me encharquem os olhos...
Creio que quando era mais jovens, costumava olhar as pessoas nos olhos e as fazerem um pouco mais feliz... claro que isso me nutria, hoje meu alimento é outro, amadurece o sistema gastrointestinal de um homem...
Sei que as orquídeas permanecem lindas...
Ouço o canto dos pássaros, sinto o brilho da lua e as vozes dos duendes...
Desejo-lhes muita saúde...
Desejo-lhes assim, distantes...
Que não me toquem, que não me tragam notícias de seus encantos.
A velha feiticeira que faz movimentos malabarísticos...
O amigo mago que te diz assombros...
Ah... Tenho milhões de mosquitos apitando em meus ouvidos...
Não tapei os olhos, posso afirmar-te que os vejo todos...
Os cumprimento, centímetro por centímetro me aproximo lento
São meus amigos, como os anjos do labirinto, como as pragas do Egito
Suave brisa me entorpece, lamento pelo dia de hoje... Me balearam no peito...
Os panos ensangüentados e a voz do homem que me socorria...
Quantas vezes serei assassinado e seguirei em frente...
Te acompanho, já morri a oito anos... Nada restou de mim...
Sou essa 4ª fantasmagoria...
Vivemos em 7 onde só cabem seis, isso desde que fui para a América Latina...
Já morri, creio que só eu ainda não percebi...
Algumas pessoas me carregam na memória, quando estas se recordam de mim, sei que me aproximo, são meus amigos...
E daí? Me pergunto. Assumo meu limbo a espera do julgamento...
Neste ínterim, posso ainda me armar do livre arbítrio...
Sursis... Quem me olha com o amor de seus olhos... Não sei amar os anjos...
Relação direta de benefício próprio... Digo que o que me move em direção a ti, talvez seja mais que a inércia, talvez seja mais que a densidade de nossos corpos em movimento...
Pode passar pelo que definimos como necessidade...
Alguns juram que o amor existe... Pode ser... Não duvido...
Que diferença isso me faria a esta altura, onde escalamos o limite do improvável... Assaltamos os céus... Querem dizer que me amam... Querem dizer para dar um basta em minhas metralhadoras, que a essência está no coração humano, a pobre órgão inofensivo e lasso. Em ti que depositam todas as culpas... Quem es tu para atrair meus desejos...
Sou o velho cangaceiro de olhar em brasas que se movimenta ainda pelo instinto básico da fome. Tenho sangue nas ventas, ar comprimido nos peitos para parecer maior assustando o inimigo, como um sapo que se infla... Como um lagarto que se pinta e se traveste para arrancar-lhe o escalpo.
Vamos começar o show de magias negras, vamos te carregar no colo e esperar a ejaculação precoce... Chegue, se aproxime, aprochegue...
Ventríloquo... Arcos... Nenhuma mágica... Sem sentido...
Acredito que tu, após a ceia deves escovar os dentes e sentir-se seguro, como a um covarde que arde nos círculos confortáveis da filosofia gorda e redonda que te ampara como a mão de seu papaizinho...
Acredito em ti, o animal fera, que espreita, que caça, o lobo inconsumível, o jagunço ...
Lamparinas, luz de velas... São lanternas japonesas! Me parecem ser estrelas, com certeza são eternas!
2 de maio de 2009
Alguns juram que o amor existe... Pode ser... Não duvido...
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