2 de maio de 2009

A Universidade e a Fábrica

Acordo. Decido por me levantar, é minha função...
Não tenho escolha...
Sou a matéria prima... Elaborada de acordo com as necessidades de quem me multiplica... ou me esculpe, sem me fazer perder o sentido...
Replico... Me pinica a pele a sensação de desconforto... adormeço programadamente...
Desconfio... De nada suspeito...

Beijo meu namorado... hoje ele está tão frio...
A universidade me espera com suas fendas abertas...
Em chagas... doenças...
Nada me responsabiliza... sou a madrinha da bateria...
Passo bailando pelos rapazes, suspeitam de que estou no cio...
Nada, talvez eu seja a mais bela, sem saber que todas as outras desprezam a beleza, agora sou a matéria amorfa da natureza... pigarreando pelos botecos, esquecendo meu primeiro encontro.

Tenho muitas coisas na cabeça, e já sei que meu processo de produção frente ao computador é lento como o assobio do rio

Sim escrevo em outra lingua sem errar meu castelhano, sei que você é capaz de me entender, mesmo que sonhe palavras guturais, sei que tu me entendes a forma, a essência, mesmo que através desses fios eletrizados, posso ouvir o eco de uma magia azulada que me hiptotiza como as moscas enfeitiçadas, embruxaradas...
Milhões de fantasias me povoam, tenho uma musa pequenina, ladrona... que me rouba a paz e faz-me ser um herói de pano, que cabe em seus braços e me faz sentir me um dengoso burguês saltitando pela terra arada.
Sim, tenho uma palomita, que voa em braços alados... transgenia...

Confeito de palavras vãs e abstratas, não tenho muito a mostrar apenas a minha essência que não vale nada...

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